quinta-feira, 17 de junho de 2010

Edição 06- La Nueva Onda

Notitas Musicales, México, janeiro de 1977


Adquirir um lote de reportagens ou um lote de revistas é para mim, muitas vezes, como uma partida de futebol, ou seja, uma caixinha de surpresas. Tudo porque, na maioria dos casos as informações disponíveis por parte dos vendedores sobre as revistas ou reportagens que estão comercializando são muito vagas. Foi esse o caso da reportagem que publico nessa edição. Quando adquiri essa revista com um vendedor mexicano, as únicas informações das quais eu tinha certeza é que se tratava de uma revista sobre música, lançada no México em 1977 e que traria alguma informação sobre o personagem vivido por Carlos Villagrán no seriado Chaves (El Chavo del Ocho). No meu acervo de reportagens não constava nenhuma edição dessa revista —Notitas Musicales — apesar de já ser de meu conhecimento que os personagens do programa constantemente apareciam nas capas das edições, ou em reportagens presentes nas mesmas.

Resolvi arriscar. Adquiri a revista através de uma venda casada: teria que comprar outro número da mesma revista que não trazia nada sobre os seriados de Chespirito. Mal sabia eu que a revista seria um dos itens mais valiosos de minha coleção. Na edição de hoje quero me ater a uma das reportagens presentes nesse número da revista; a mesma ainda traz outras páginas dedicadas ao personagem vivido por Carlos Villagrán em Chaves, entre elas uma entrevista com o personagem, um pôster (reproduzido logo abaixo) e uma micro-reportagem sobre o lançamento do LP Quico (especialmente sobre o êxito que foi o lançamento da canção “No llores Quico”) (Não chore Quico). Porém a coluna “La Nueva Onda”, escrita por Armando Miranda Molina, abordava na edição de janeiro de 1977 um fato que viria a público com muito mais intensidade no final do ano de 1978: a disputa nos bastidores do programa entre Carlos Villagrán e Roberto Gomez Bolaños.

Tanto que até hoje, ou até essa edição de La Chicharra, nunca se havia cogitado a hipótese de qualquer tipo de desentendimento entre os atores no final de 1976 e começo de 1977. Note-se que a edição foi lançada, segundo data presente na capa da mesma, em primeiro de janeiro de 1977, ou seja, a situação abordada por Armando Molina em sua coluna já deveria estar se arrastando desde o segundo semestre de 1976, salvo engano. Era a primeira manifestação de um fato que se tornaria mais conhecido do grande público no final de 1978 com a saída de Villagrán do elenco dos programas assinados por Chespirito.

Nessa reportagem é curioso perceber o tom esperançoso dado por Molina no final da mesma, apontando para um possível entendimento entre os atores. Infelizmente a profecia (ou seria prece?) do repórter não se cumpriu e as séries de Chespirito sentiram e muito a falta de Villagrán no elenco. Quem tem a razão? Até hoje nunca foi esclarecido e pelo visto nunca será. Mas, acredito que agora os fãs passarão a ver com outros olhos episódios clássicos como: “Corren a Don Ramón de la vecidand” (O despejo do Seu Madruga), “!Qué bonita vecindad!”( Uma aula de canto); “Los espíritus chocareros” (Os espíritos zombeteiros) e “Aguas frescas” (Nem todos os negócios são negócios da China), todos produzidos e levados ao ar em 1977. A vila era bonita, mas os bastidores pegavam fogo! !Chanfle!

Índice da edição de 1 de janeiro de 1977, da revista Notitas Musicales



Micro-Poster presente na edição de 1 de janeiro de 1977, da revista Notitas Musicales

Versão original em espanhol: Aqui
Versão traduzida para o português: Aqui

4 comentários:

  1. Caraca! Chompiras,vlw mesmo,muito obrigado por tornar acessiveis aos fãs das séries tais raridades e preciosidades! Sem dúvida nenhuma,seu blog é a melhor coisa do meio ch atualmente! Sinceramente,muchas gracias,"tenkio" obrigadooooooooo!
    Boa sorte ao blog,que ele continue nos presenteando com tais raridades!

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  2. Concordo em tudo o que disse esse Armando Miranda!!! Eu sabia que tudo tinha começado quando o Quico inventou de gravar esse disco! Por isso ele num tava no disco da Vila! Isso só alimenta ainda mais minha tese de que Chespirito não é vilão nessa história!!! Muito obrigado Chómpiras por compartilhar esse achado! Brigado mesmo! Abração!

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  3. Parabéns Cássio, como sempre o blog se destaca em atualizações, sempre leio as noticias, agora quero ler a noticia que levou Chespirito a regenerar o personagem Chompiras. Agora digo, parabéns de novo!

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  4. Parabéns Cassio.

    Eu acho que foi besteira do Vilagran, o personagem é do Chespirito, mais ele interpreta, por tanto o mais justo seria sim repartir os lucros.

    Pena que ambos não chegaram a um acordo e no fim de 78 Carlos deixou as séries.

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